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Espetáculo No Front estreia no Teatro Poeira, em Botafogo

Espetáculo No Front estreia no Teatro Poeira, em Botafogo

Foto: Divulgação

Em cartaz no Teatro Poeira, peça relata a perspectiva de civis em meio a um soterramento

60 minutos de tensão. É isso que promete o espetáculo No Front ao trazer o espectador carioca para dentro da narrativa de civis que são soterrados por uma bomba durante a guerra. Com estreia marcada para a próxima terça-feira, dia 06 de agosto, no Teatro Poeira, em Botafogo, o grupo de cinco atores vivencia as angústias particulares de cada personagem, sob o prisma maior do conflito que acontece do lado de fora da casa onde estão.

Com direção de Daniel Herz e realização da Santaroni Produções, a peça é ambientada em um aniversário infantil, que é interrompido quando o local é atingido por uma bomba. A partir daí, o grupo de cinco personagens é obrigado a lidar com as consequências de um soterramento e o perigo iminente da morte.

“O que é o tempo de um soterramento? Um instante fulminante ou uma vida que desmorona lentamente. É possível passar impune por uma guerra mesmo com uma distância continental onde se passa o evento?”, questiona o diretor.

O elenco conta com os atores: Carol Santaroni, Deborah Sargentelli, Jean Rey, Kaique Bastos e Maria Paula Marini, também responsáveis pela dramaturgia do espetáculo. O ponto de partida das pesquisas foram diferentes guerras ao longo da história, sempre mantendo em evidência a contemporaneidade dos acontecimentos.

Espetáculo No Front estreia no Teatro Poeira, em Botafogo

Um soldado que deseja desertar, uma jovem que sonha com a maternidade, uma mãe que perdeu seu filho, uma enfermeira e um antigo general são obrigados a lidar com seus sonhos e medos em um tempo estendido entre o momento em que a bomba cai e o seu completo soterramento.

A atriz Carol Santaroni, conta que a peça aborda uma temática atemporal: as guerras e as consequências que, direta e indiretamente, acabam afetando a todos. “Minha personagem perde tudo e no desespero acaba cometendo um crime. O espetáculo mostra o quanto a violência destrói a vida das pessoas”, comenta Santaroni.

Deborah Sargentelli revela que a peça é densa e exigiu muito estudo sobre as guerras e a sensação de soterramento. “Desde o início do processo, por  lidar com a ideia iminente da morte, comecei a pensar muito na relação entre morte e vida e construí uma personagem que se agarra à ideia de ter um filho, mesmo na circunstância da guerra, como uma tentativa de ficar viva e realizar seu sonho. É um sopro de esperança que ela encontra para conseguir lidar com o horror”, conta Sargentelli.

Maria Paula Marini interpreta uma enfermeira que atua na linha de frente dos feridos durante a guerra e tem uma relação conturbada com o pai, no qual não se falam há mais de dez anos. “Minha personagem acusa o pai militar de ter cometido um crime de guerra, mas ela própria também esconde um ato terrível. Cada personagem trava sua própria guerra e a peça vai revelando os segredos e angústias de cada um”, revela Marini.

Jean Rey interpreta o general aposentado. O ator conta que seu personagem é um general da reserva e ao final da vida teme a morte por uma bomba. “A história do mundo é permeada por guerras. Sou francês, nascido durante a Segunda Guerra Mundial e esse medo sempre rondou a minha vida. Gosto da frase que diz que: Depois da guerra vem a paz e depois da paz vem a guerra. Meu personagem se envolve em um crime de guerra, mas se defende alegando apenas ter cumprido ordens superiores”, conta Jean.

Kaique Bastos interpreta o soldado e comete um crime de guerra. O medo da morte é um ponto abordado no espetáculo. “A ideia é mostrar que em tempos conturbados, todos estão vulneráveis e sofrem as consequências. Encerro o espetáculo com um monólogo inconformado sobre a morte e as pendências da vida. Ninguém está preparado para morrer. Todos nós temos os nossos compromissos e nunca estaremos prontos para este momento. Em muitas capitais do Brasil, por exemplo, vivemos uma guerra urbana e estamos diariamente expostos à violência”, opina Kaique.

A peça realizará temporada entre os dias 06 de agosto e 25 de setembro, às terças e quartas, às 20h, no Teatro Poeira, na Rua São João Batista, 104, em Botafogo.

No dia 14 de agosto, quarta-feira, o espetáculo vai contar com tradução em Libras e Audiodescrição. No mesmo dia, às 18h e às 21h, antes e após a apresentação, haverá uma palestra gratuita com a equipe do espetáculo sobre o processo de encenação da peça. O evento também contará com tradução em Libras e Audiodescrição.

A peça No Front conta com patrocínio das empresas Dinaco e Uniovo, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal. Classificação indicativa: 12 anos.

Serviço:

Temporada: de 06 de agosto a 25 de setembro

Endereço: Teatro Poeira. Rua São João Batista, 104 – Botafogo

Dias: Terças e quartas

Horário: às 20h

Valores de ingresso: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia) / R$22,50 (promocional)

Capacidade: 113 pessoas

Classificação indicativa: 12 anos

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