Demanda crescente na Europa fortalece Ceagesp como base estratégica para exportação de frutas tropicais
A exportação de frutas brasileiras segue em ritmo acelerado em 2025, consolidando o país como um dos principais fornecedores mundiais de produtos frescos, especialmente para o mercado europeu. À frente desse movimento está a Alabarse Frutas, empresa localizada na Ceagesp, em São Paulo, que vem ampliando sua operação com foco em frutas tropicais de alto valor agregado, como a lichia e a pitaia.
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), o Brasil exportou 1,2 milhão de toneladas de frutas em 2024, crescimento de 7% em relação ao ano anterior.
A receita gerada superou US$ 1,3 bilhão, com destaque para produtos com apelo nutricional e gourmet. “A lichia tem se mostrado uma fruta muito valorizada no exterior, mas como é sazonal, com colheita concentrada entre dezembro e janeiro, a pitaya tem assumido papel estratégico por permitir exportações durante todo o ano”, explica Raphael Alabarse, sócio da Alabarse Frutas e produtor rural em São Paulo.
Com mais de uma década de atuação no setor hortifrutícola, Alabarse é referência na cadeia de distribuição e produção de frutas. Além de produzir lichia, também atua na revenda e exportação da pitaia, especialmente para países da União Europeia. “A pitaya é uma fruta que temos exportado continuamente para a Europa. Isso nos dá uma estabilidade de operação logística e comercial ao longo do ano, o que é essencial para manter a competitividade no mercado internacional”, detalha o empresário.
A infraestrutura da Ceagesp tem sido fundamental para a expansão dessas operações. “Estar localizado na Ceagesp nos permite distribuir para todo o Brasil e organizar embarques internacionais de forma eficiente. Isso reduz custos logísticos e garante mais agilidade nas entregas”, destaca Alabarse.
Dados do IBGE apontam que São Paulo é responsável por mais de 70% da produção nacional de lichia, e a colheita de 2024 ultrapassou 10 mil toneladas. Para 2025, a expectativa do setor é de crescimento de 15%, com aumento da demanda tanto no Brasil quanto no exterior. A pitaia, por sua vez, tem registrado alta constante de consumo na Europa, principalmente na Alemanha, Holanda e França, e já figura entre as frutas tropicais com maior potencial de crescimento.
“Apostamos em frutas com diferenciação de sabor, aparência e valor nutricional. O mercado europeu tem buscado exatamente esse tipo de produto. Nossa estratégia é trabalhar com frutas que unem frescor, rastreabilidade e boas práticas agrícolas, seja na produção ou na revenda”, explica Raphael Alabarse.
A Abrafrutas projeta que, até o fim de 2025, o Brasil possa atingir a marca de US$ 1,5 bilhão em receitas com exportações de frutas, impulsionado por acordos comerciais em curso e pela valorização de alimentos saudáveis e naturais no exterior. A combinação entre cultivo próprio, como o da lichia, e parcerias para distribuição de frutas como a pitaya tem se mostrado um diferencial competitivo.
“Temos um potencial imenso no setor. O Brasil já é reconhecido como potência agrícola, e o desafio agora é mostrar ao mundo a diversidade e qualidade das frutas tropicais que produzimos e comercializamos. A lichia e a pitaya são exemplos claros de que podemos agregar valor ao nosso portfólio de exportações”, finaliza Raphael Alabarse.