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“A Cena (não) Muda” pode ser vista no Teatro Domingos de Oliveira, na Gávea

“A Cena (não) Muda” pode ser vista no Teatro Domingos de Oliveira, na Gávea

Inspirado em show antológico de Maria Bethânia, o espetáculo “A Cena (não) Muda” volta ao cartaz, dia 19 de novembro, no Teatro Domingos Oliveira, no Planetário da Gávea. Com texto de Pedro Henrique Lopes, direção geral de Diego Morais e direção musical de Guilherme Borges, o show teatral documental traça um paralelo entre o Brasil opressivo dos anos 70 e a atualidade, mostrando o que não mudou nos últimos 50 anos 

Em 1974, Maria Bethânia fez um show antológico chamado “A Cena Muda”. Este espetáculo trazia na superfície temas sobre ser artista, mas implicitamente tratava de temas que rondavam o Brasil nos anos 1970, como a falta de liberdade de expressão, o vazio humano, a censura, a desvalorização da mulher, os exageros nos interrogatórios e prisões, e sobre estarmos mudos.

Com músicas de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, o show foi um marco na história da música e do teatro brasileiro. Inspirado por essa inquietude, o show teatral documental “A Cena (Não) Muda” traça um paralelo entre aquele período opressivo e o que não mudou em 50 anos de Brasil. Com texto de Pedro Henrique Lopes, direção geral de Diego Morais e direção musical de Guilherme Borges, o espetáculo volta ao cartaz de 19 de novembro a 18 de dezembro, no Teatro Domingos Oliveira, no Planetário da Gávea, com sessões às terças e quartas-feiras, às 20h.

Fatos históricos, as truculências e as violências em geral praticadas contra a população, desaparecimentos e outros crimes que se perpetuaram através do tempo são confrontados nopalco através de narrativas reais e documentadas pela história. Se, em 1974, a artista no palco não podia  falar e cantava a sua dor, hoje cantaremos e falaremos em cena as marcas do que ficou. Afinal, os crimes impunes do período militar inspiram e alimentam os que hoje são cometidos.

“Através do espetáculo, é possível ver que a impunidade dos crimes cometidos nos anos 1960/1970 normaliza e nutre a certeza da impunidade para certas parcelas do governo. Se não foram punidos antes, por que serão punidos agora? O espetáculo faz pensar sobre de onde viemos, onde estamos e para onde estamos caminhando”, descreve o autor Pedro Henrique Lopes. “Num cenário de extrema rispidez e intolerância, onde os extremos estão cada vez mais polarizados, a gente expõe em cena situações do ontem e de hoje que mostram a urgência de pararmos com o extermínio da população pobre e mudarmos as políticas públicas e de segurança que normalizam um corpo periférico caído no chão. Isso não pode ser normal!”, acrescenta o diretor Diego Morais.

Em cena, as atrizes Analu Pimenta, Sirléa Aleixo e H I A N E dão voz a histórias de 1974 como a de Ieda Santos Delgado, uma das únicas mulheres negras desaparecidas durante a ditadura militar, e a busca de Eunice, sua mãe, tentando incessantemente encontrar sua filha. Além de acontecimentos recentes, como as vidas de Luana Barbosa dos Reis Santos, Cláudia Silva Ferreira, Ágatha Félix e Kathlen Romeu, mostrando o que não mudou de ontem para hoje.

“Apesar de inserido num contexto de questionamento das heranças e de status político-sociais, o espetáculo é uma abordagem humana sobre os sentimentos de personagens que viveram ou vivem os impactos dessas escolhas, fatalidades ou coincidências do sistema. É um olhar sensível a mulheres, e sobretudo mães, que seguem firmes na busca por respostas, que são fortemente afetadas pelos fatos, mas não sucumbem. Nossas personagens são mulheres que se impõem como fortalezas quando expostas ao que é dolorido e cruel”, explica o diretor Diego Morais.

A Cena (Não) Muda revisita as músicas e os temas do show de Bethânia e a história de tantas mães que buscam por seus filhos e filhas, num emocionante retrato de gritos mudos, de silêncios estridentes e de cenas que se repetem e não mudam até os dias de hoje. Com o direito conquistado de falar, de questionar e de pensar, o elenco se desdobra para remontar e cantar essas dores e os temas que, em 50 anos, ainda se repetem. O repertório inspirado no show de 74, somado a músicas de artistas atuais, reportagens, documentos e textos trazidos ao palco, denuncia os reflexos dessa herança social.

“O espetáculo propõe pensarmos junto com cada espectador os caminhos que a nossa sociedade tem tomado em aspectos sociais, de cidadania, de direitos humanos, de forma de pensar, de minorias, de maiorias, de violência, de desigualdades e, sobretudo, de respeito ao próximo”, convida Pedro Henrique Lopes.

Se há 50 anos a cena era muda, em 2024 nós iremos FALAR!

Ficha técnica:

Serviço:

Meu Nome é Ernesto

Meu Nome é Ernesto

Meu Nome é Ernesto

Inaugurada em maio por Roberto Menescal, a Arena B3 completou seis meses de atividade em novembro. De lá para cá, uma série de atrações ocupou semanalmente o espaço com espetáculos teatrais, musicais e infantis, dentro do chamado Festival Arena B3, que segue até o final do ano, com sessões semanais a preços populares dentro de uma programação diversa e inclusiva. A Arena B3  fica localizada na Praça Antônio Prado, em um dos prédios centenários da bolsa, ocupando o espaço que no passado abrigou os famosos pregões viva-voz da Bolsa de Valores. 

Neste final de semana, é a vez do espetáculo ‘Meu Nome é Ernesto’, com Jéssika Menkel e Vitor Martinez ,que debate temas como o envelhecimento, a memória e a passagem do tempo.

A peça traz uma conversa entre Ernesto e Marta, um casal de idosos que comparam suas lembranças sobre os relacionamentos anteriores e suas reminiscências. O esquecimento atinge o casal, que confunde histórias, datas e, principalmente, os nomes. O passado é tão presente quanto o presente, mas tem a vantagem de ser, justamente, o passado e a ordem e os fatores já não importam tanto. Eles servem como peças de um grande quebra-cabeça onde o que importa é justamente a tentativa de colocar tudo em seu devido lugar independente do fato de estar certo ou errado. A importância de tudo está no estar junto e não no tempo ou no espaço.

Um dos destaques do espetáculo é o trabalho corporal de Jéssika Menkel e Vitor Martinez, que interpretam um casal de idosos com mais de 80 anos. 

Meu Nome é Ernesto

Arena B3 

Velha D+ reflete sobre feminismo e etarismo

Velha D+

Velha D+ – Foto de Vilmar Carvalho

Uma mulher de 40 e poucos anos precisa lidar com a morte da sua avó, a pessoa responsável pela sua criação. Este é o ponto de partida do monólogo gaúcho Velha D+, escrito por Fera Carvalho Leite, que está em cena, e Bob Bahlis, que também assina a direção. O trabalho faz três únicas e inéditas apresentações em São Paulo entre os dias 22 e 24 de novembro, sexta e sábado, às 21h, e domingo às 19h, no Espaço de Provocação Cultural (Rua Bento de Abreu, 151 – Vila Romana, São Paulo, SP).   

Essas sessões foram viabilizadas pela comunidade teatral paulista por meio da plataforma Platore para ajudar os artistas do Rio Grande do Sul atingidos pela enchente de maio deste ano. 

Ella está atordoada por ter sido chamada de velha na faculdade e por ter recebido fotos de seu marido tomando café com uma colega de trabalho bem mais jovem no mesmo dia em que ele pede e insiste para ter um filho”, conta Fera. Por isso, a protagonista decide ir até a casa da avó em busca de um refúgio e de um momento de autoconexão.

Esse retorno ao passado possibilita o encontro dela com sua alma ancestral e seu espírito jovem e selvagem, em uma busca por sua identidade e pela bênção de ser quem ela é. É como um ritual, uma cura, um movimento para dentro de si para então seguir adiante melhor, mais livre e mais feliz. 

Concepção da montagem

Inspirados por Clarissa Pinkola Estés (Ciranda das Mulheres Sábias), Naomi Wolf (O Mito da Beleza), Anne Kaupf (Como Envelhecer), Miriam Goldenberg (A Invenção de Uma Bela Velhice), Epicuro e Madonna, Bob e Fera construíram um texto para discutir as pressões sociais e culturais que recaem sobre a mulher em termos de maternidade, status social e etarismo.

“Eu e o Bob entramos na casa dos 50 anos e temos uns 30 anos de carreira. Na pesquisa inicial, ele investigava o envelhecimento nos dois gêneros, mas percebeu o quanto para a mulher envelhecer é muito mais cruel. Além disso, o contexto da pandemia potencializou a agonia da sensação de ‘estarmos perdendo tempo de vida’ quando ela se aproxima do fim. E, a partir disso, fomos mergulhando nesse assunto em leituras, vídeos, conversas até criar o espetáculo”, detalha Fera.

Para contar essa história, os artistas optaram por uma cenografia funcional que remetesse diretamente a uma casa de vó, com direito a poltrona, luminária, mesa, altar, chá e fotografias. “Para o figurino, escolhemos um vestido verde escuro, maleável para livre movimentação e fácil de vestir para a troca da cena da Madonna, em que uso a típica meia arrastão e espartilho”, comenta a atriz.

Como Fera é bailarina e atriz, a dança está bastante presente no trabalho. Ao mesmo tempo, a artista manifestou o desejo de cantar em cena. “Trabalhei a voz com a Adriana Deffenti, uma cantora e atriz gaúcha que adoro, e com a fonoaudióloga Ligia Motta para aperfeiçoar essa passagem da voz falada (jovem e velha) e da voz cantada. Passei a ouvir muitas músicas que falam desse lugar de mulher, de dores, conflitos, de prazeres, escolhas. Assim, me cerquei de vozes que traduzem poeticamente as transições necessárias entre uma cena e outra, como Mariana Volker, Mallu Magalhães e Flaira Ferro”, acrescenta.

A peça celebra três anos em cartaz e mais de 110 apresentações com grande sucesso de público. Já foram realizadas temporadas em Porto Alegre (RS), Canoas (RS), Unah Piracanga (Bahia), Ilha do Papagaio (SC), Praias de Atlântida e Torres (RS), Caxias do Sul (RS), Bom Princípio (RS) e Santa Cruz do Sul (RS). Velha D+ foi contemplada no Edital Fumproarte, realizando oito apresentações nos abrigos de acolhimento aos refugiados da enchente do RS em Porto Alegre.

Por conta do movimento solidário da plataforma Platore, São Paulo recebe quatro apresentações do espetáculo – uma delas é fechada e acontece na abertura do 3º Congresso da ACBR (Associação Brasileira de Análise do Comportamento) no Centro Cultural Camargo Guarnieri, na USP – Universidade de São Paulo que tem como tema Diversidade, Equidade e Inclusão e conta com o apoio do Grupo Método, Skills, TatuTEA, Casa Três e Grupo Contingência.

Ficha Técnica

Serviço

Velha D+
Data: 22, 23 e 24 de novembro, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h
Local: Espaço de Provocação Cultural – R. Bento de Abreu, 151 – Vila Romana, São Paulo, SP
Ingresso: R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada para 60+, estudantes e classe artística)
Ingressos pela Sympla: https://www.sympla.com.br/velha-d-em-sp__2628281
Informações pelo WhatsApp: (51) 99677-8040
Instagram: https://www.instagram.com/velhademais/
Duração: 75 minutos
Classificação etária: 12 anos 

Espaço Tápias recebe “Acidentalmente Amor”, um musical em formato pocket show com músicas icônicas dos anos 2000

Acidentalmente Amor

Acidentalmente Amor

“Acidentalmente Amor” é um musical com canções pop dos anos 2000, em formato de pocket show, com sucessos que marcaram a época. Conta a história de Daniel, um menino de 17 anos que vive numa pequena cidade do interior. Ele se apaixona pelo recém-chegado Bernardo. Daniel enfrenta os desafios da primeira paixão com a ajuda de seus dois melhores amigos, Amanda e Vinícius, enquanto lida com a dificuldade de contar para seu avô sobre sua sexualidade. Em meio aos ensaios da peça “Romeu e Julieta”, a turma da escola acaba vivenciando de maneira profunda, o clássico de William Shakespeare dentro do próprio universo da peça, ao mesmo tempo em que traz à tona importantes pautas LGBTQIA+.

Músicas como Just the Way You Are (Bruno Mars), My Humps (Black Eyed Peas), Promiscuous ( Nelly Furatado, Timbaland), Toxic (Britney Spears), Last Friday Night (Katy Perry), Umbrella (Rihanna, Jay – Z), Bad Romance (Lady Gaga), entre outras estão no espetáculo idealizado por Tiago Menezes, que também assina as versões para o português e arranjos vocais. A peça ainda conta com um elenco de jovens atores do teatro musical carioca, como Paulo Freitas, Paula Tavares, Yasmin Tozzi, Victor Galisteu, Rodrigo Lourival, Karin Medeiros, Lucas Menezes e Sofia Viamonte.

No último ano, o grupo vocal de Acidentalmente Amor ganhou repercussão nas redes sociais, com vídeos curtos das versões brasileiras de músicas pop estrangeiras, somando mais de 50 mil seguidores.

Instagram: @acidentalmenteamor | TikTok: @acidentalmenteamor

FICHA TÉCNICA

 

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