Reflexão do padre Alex Nogueira sobre o verdadeiro sentido do Natal e o encontro entre Deus e a humanidade.
O Natal chega sempre de mansinho, como quem não quer interromper a pressa do mundo. Mas, quando menos esperamos, nos confronta com uma certeza profunda: Deus entrou na história humana. Não como força distante ou ideia abstrata, mas como um Menino, frágil e pobre, acolhido em um estábulo que mal cabia esperança.
A grande surpresa do Natal é que o Todo-Poderoso escolhe o pequeno, o Eterno aceita o tempo e o Criador se deixa embalar por braços humanos. Na manjedoura, Deus não apenas visita a humanidade; Ele a assume, abraça e salva desde dentro.
À luz da fé, o presépio é mais do que lembrança afetiva: é o anúncio de que a salvação não depende da perfeição humana, mas da misericórdia divina. Em meio à busca por valor e merecimento, o Natal recorda que Deus se aproxima justamente quando reconhecemos nossa fragilidade.
Os pastores, primeiros a ouvirem o anúncio dos anjos, não possuíam prestígio algum. Foram eles, simples e atentos, que receberam a boa nova que mudaria o mundo. O Natal, assim, não exige títulos, mas abertura; não pede grandes feitos, mas um coração disponível.
E, por fim, a certeza maior: se Deus veio uma vez, Ele continua vindo. Em cada reconciliação, em todo gesto de bondade, em cada perdão oferecido, o Natal se renova. Não é apenas data, é encontro. Não é só lembrança, é presença. Que essa presença transforme a vida e renove a fé em todas as famílias.
Diante do Menino de Belém, acolhamos a certeza que transforma: Deus está conosco, e isso muda tudo. Que a fé sustente cada passo e nos conduza às verdades que permanecem. Feliz e abençoado Natal!
Padre Alex Nogueira é mestre em direito canônico, professor e autor dos livros “Bom dia, meu Deus”, “Orar faz muito bem!” e “Orar faz muito bem! Para crianças”, publicados pela Edições Loyola.
