Com duas indicações ao Prêmio Shell e seis ao Prêmio APTR, espetáculo volta ao Rio depois de ser visto por mais de 17 mil pessoas em seis capitais
Depois de ser visto por mais de 17 mil pessoas, em temporadas de sucesso no Rio e em São Paulo e itinerância por outras quatro capitais (Brasília, Belo Horizonte, São Luís e Porto Alegre), o espetáculo Kafka e a boneca viajante retorna ao Rio de Janeiro para uma temporada no Teatro Clara Nunes, de 1º de março a 21 de abril, com duas indicações ao Prêmio Shell na bagagem – Melhor Atriz (Alessandra Maestrini) e Figurino (João Pimenta); e seis indicações ao Prêmio APTR.
Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/90672/d/237990
Com dramaturgia de Rafael Primot, direção de João Fonseca e direção musical de Tony Lucchesi, o espetáculo Kafka e a boneca viajante é inspirado no livro homônimo do escritor catalão Jordi Sierra i Fabra – com Alessandra Maestrini, André Dias, Carol Garcia e Lilian Valeska no elenco. Idealizada pelo empreendedor cultural Felipe Heráclito Lima e produzida por Maria Angela Menezes e Amanda Menezes, a montagem tem patrocínio da BB Seguros.
Referência obrigatória na literatura mundial do século XX, o escritor Franz Kafka (1883-1924) teria vivido, já no fim da vida, uma história curiosa. Ao caminhar por uma praça perto de sua casa, encontrou uma menina que chorava por ter perdido sua boneca. Sensibilizado pelo sofrimento da criança, ele passou a escrever cartas à menina como se fossem enviadas pela boneca, em que descrevia suas incríveis aventuras pelo mundo. A bela e intrigante história já foi contada em livros, contos e peças, mas até hoje não há provas de que realmente tenha acontecido – as cartas jamais foram encontradas, tampouco a dona da boneca.
A narrativa não linear reforça o ritmo ágil da montagem, alternando passado, presente e futuro, assim como a realidade vivida pelo Sr. K (Kafka, vivido por André Dias), sua esposa Dora (Lilian Valeska) e a menina Rita (Carol Garcia) é atravessada pelo mundo ficcional das cartas, onde Brígida, a boneca interpretada por Alessandra Maestrini, indicada em São Paulo ao Prêmio Shell de melhor atriz, ganha vida. A metalinguagem é outro recurso utilizado, como explica João Fonseca: “O jogo cênico proposto pela dramaturgia do Rafael tem uma agilidade e eu entendi que tinha que fazer uma brincadeira teatral, com os atores se arrumando em cena, se maquiando, lembrando que é um jogo, uma brincadeira. É um combinado, um faz de conta que todos, inclusive a criança, sabe que não é real”. Na construção da mise en scène, destaca-se também o trabalho de direção de movimento de Márcia Rubin, em especial da personagem de Maestrini.
A trilha é um caso à parte e se impõe como elemento dramatúrgico. No repertório, interpretado pelo elenco, estão músicas de artistas como Caetano Veloso, Candeia, Cartola, Chico Buarque, Djavan, Lenine, Raul Seixas e Rita Lee e até uma composição inédita assinada por João Fonseca e o diretor musical Tony Lucchesi, que também assina os arranjos: “Eu e o João tivemos liberdade para escolher canções que pudessem contribuir com a dramaturgia, ficassem orgânicas dentro do que a cena pede. E durante o trabalho com os atores nos ensaios, outras ideias foram aparecendo. Há ainda uma canção original que eu e João compusemos, cantada pela menina, num momento muito emocionante”, adianta Tony. “Quando vi que tinha essas quatro vozes especialíssimas à disposição, defini que os arranjos vocais seriam a tônica desse projeto, na construção do fio condutor da música. Como os quatro estão em cena praticamente o tempo todo, o arranjo vocal vem como forma de contribuir com a cena e unificar a linguagem de um repertório tão diverso”, detalha. Tony estará em cena tocando piano e também contará com uma base gravada por uma banda, que será usada em alguns momentos do espetáculo.
A cenografia de Nello Marrese reforça o simbolismo da passagem do tempo, seja do fim da vida do escritor, da transformação da menina em mulher e da viagem da boneca pelo mundo. Cubos, alguns móveis, um móbile, selos, carimbos, além de um fundo neutro para valorizar o desenho de luz criado por Paulo César Medeiros, compõem a cena. O figurino de João Pimenta – indicado em São Paulo ao Prêmio Shell de 2023 – remete à época em que Kafka viveu seus últimos anos, na década de 1920.
Rafael Primot concorda e completa: “Tem uma coisa inocente da menina se desvinculando da boneca, o amadurecimento e crescimento de uma menina se transformando em mulher, e ao mesmo tempo a despedida da vida desse autor. Achei que esses dois temas poderiam conversar. Como que um escritor como ele, no fim da vida, poderia transmitir esperança. É uma história de esperança e sobre a transformação do amor”.
SERVIÇO:
Estreia: 1º de março de 2024
Temporada: até 21 de abril de 2024
Horário: sextas e sábados às 20h30 e domingos às 19h
Local: Teatro Clara Nunes – Shopping da Gávea
Capacidade: 743 lugares
Endereço: Rua Marques de São Vicente, 52 – Gávea – Rio de Janeiro / RJ
Informações: 21 2274-9696 (bilheteria do teatro)
Classificação indicativa: livre
Duração: 90min
Ingressos: R$ 140,00 plateia central, R$ 120,00 plateia lateral e R$ 100,00 balcão
Clientes BB Seguros têm 30% de desconto nas compras de ingresso
Ingressos à venda na bilheteria física ou pelo site da Sympla: www.sympla.com.br/
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