Ator destaca transformação pessoal ao mergulhar nos ensinamentos do personagem mais marcante da história. Outros protagonistas também relatam vivências espirituais intensas.
O espetáculo Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é conhecido por sua grandiosidade e impacto cultural, mas para quem sobe ao palco, a experiência vai muito além da atuação.

José Loreto, intérprete de Jesus na temporada de 2024, define o papel como “uma experiência que vai além da arte”. O ator vem mergulhando profundamente no estudo da figura histórica e bíblica de Jesus e revelou que esse processo tem gerado transformações internas significativas.
“Estou me preparando muito para fazer esse Jesus e tenho certeza de que vai ser lindo e vou convencer todo mundo”, afirmou Loreto em entrevista recente ao Canal de Léo Dias.
Durante as gravações dos filmes promocionais da peça, ele destacou o impacto do processo de caracterização:
“Esse processo de transformação me dá mais gás, me deixa mais interessado em viver essa outra vida de Jesus. A gente consegue ter mais empatia, inclusive consigo entender mais de perto a história Dele. Está sendo muito tocante.”
Uma vivência transformadora para outros artistas também
A vivência de Loreto não é única. Allan Souza Lima, que interpretou Jesus em 2023, também relatou um reencontro com a fé:
“Jesus é um personagem universal. Depois de 14 anos eu voltei a rezar. Acho que estou em um novo processo de vida.”
Gabriel Braga Nunes, protagonista em 2022, enfatizou como os ensinamentos presentes no texto impactaram sua vida pessoal:
“Estudar esse papel está sendo muito importante para mim. O texto do Sermão da Montanha está fazendo muita diferença na minha vida. É uma história sobre ética, sobre comportamento.”
Mas talvez a experiência mais profunda tenha sido a de Juliano Cazarré, que viveu Jesus em 2019:
“Interpretar não aumentou a minha fé. Me trouxe a fé. Eu não tinha. Foi fazer Jesus na Paixão de Cristo que me trouxe a fé.”
Um espetáculo que vai além do entretenimento

Segundo Robinson Pacheco, presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova, entidade que realiza o espetáculo, a proposta da peça é entreter, mas o impacto vai muito além disso:
“Apesar de abordar uma temática religiosa, a peça não tem como foco a religião. Ainda assim, ela acaba se tornando uma experiência espiritual tanto para o público quanto para os atores.”
E talvez o motivo esteja justamente na fidelidade com que a encenação reproduz as falas de Jesus conforme registradas na Bíblia, como destacou Pacheco:
“Todas as falas proferidas por Jesus na encenação são exatamente como estão na Bíblia. Esse foi um critério adotado por Plínio Pacheco, idealizador e autor do texto.”
Ao longo dos anos, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém tornou-se mais do que um espetáculo teatral. Tornou-se uma experiência de transformação — para o público e para quem vive, no palco, a figura que há mais de dois mil anos inspira fé, empatia e reflexão no mundo inteiro.