Tatiana Dejavite, especialista em mídia, aponta como ir além de Google e Meta nas estratégias digitais No cenário digital atual, muitas marcas ainda limitam suas estratégias a tráfego pago em plataformas como Google e Meta. Contudo, as possibilidades de ativação digital são infinitamente mais amplas, englobando portais tradicionais, mídia programática, streaming e muito mais. Tatiana Dejavite, especialista em mídia e CEO da Star no Mundo, ressalta que “o digital oferece um universo de oportunidades que as empresas não estão explorando em sua totalidade. É um erro focar apenas em redes sociais quando há tantas ferramentas disponíveis para alcançar o público de maneiras mais assertivas e segmentadas.” Explorando os grandes portais de mídia Tatiana Dejavite é enfática ao apontar a força dos grandes portais de conteúdo como UOL, Globo.com, Terra, e R7. “Portais tradicionais oferecem uma gama de formatos como vídeo, display e publieditoriais, além de coberturas jornalísticas e esportivas que proporcionam uma exposição massiva e qualificada. Em campanhas de branding, são plataformas que não podem ser ignoradas”, destaca Tatiana. De acordo com a Comscore, 85{ff264a8d407ba13904727b628c54a360aa9e3576b2ce11b60ac7c93c51628b99} dos brasileiros consomem notícias nesses portais, sendo uma excelente oportunidade para campanhas de grande escala. Em 2023, o Brasil registrou um investimento de R$ 16 bilhões em publicidade digital, com 28{ff264a8d407ba13904727b628c54a360aa9e3576b2ce11b60ac7c93c51628b99} desse total destinado a grandes portais de conteúdo, segundo a IAB Brasil. Mídia programática: eficiência e precisão A mídia programática está revolucionando a forma como marcas alcançam suas audiências, não só no digital, mas também em espaços como OOH (Out of Home) e TV conectada. Tatiana explica: “A programática permite uma compra muito mais eficiente, baseada em dados de audiência, o que gera uma segmentação mais refinada e um ROI superior. As marcas podem impactar seu público-alvo no momento certo, com a mensagem certa, em múltiplos formatos.” Um estudo da Zenith prevê que, até 2024, 88{ff264a8d407ba13904727b628c54a360aa9e3576b2ce11b60ac7c93c51628b99} da publicidade digital será comprada de maneira programática, reforçando essa tendência como uma das mais eficazes no mercado. VOD e streaming: a nova televisão Com a ascensão das plataformas de streaming como Netflix, Amazon Prime e HBO Max, o consumo de conteúdo via vídeo sob demanda (VOD) disparou. “O streaming se tornou o novo centro de entretenimento. A possibilidade de inserir publicidade em TVs conectadas e plataformas de streaming oferece uma abordagem mais interativa e menos invasiva”, observa Tatiana. O crescimento desse mercado é notável. Segundo a PwC, o número de assinantes de serviços de streaming no Brasil aumentou em 35{ff264a8d407ba13904727b628c54a360aa9e3576b2ce11b60ac7c93c51628b99} em 2023, e as previsões indicam que o investimento em publicidade nesses canais deve atingir R$ 2,8 bilhões até 2025. Influenciadores e podcasts: novas formas de engajamento Tatiana Dejavite destaca o poder de influenciadores e podcasts, que já ultrapassaram as fronteiras das redes sociais tradicionais. “O podcast, por exemplo, é uma ferramenta poderosa de engajamento. Com mais de 34,6 milhões de ouvintes no Brasil, esse formato permite que as marcas criem conexões autênticas com o público”, aponta Tatiana. Além disso, os influenciadores digitais continuam sendo uma peça-chave nas campanhas de marketing, mas agora atuando de maneira integrada a múltiplos formatos de mídia, como vídeos no YouTube, conteúdo no TikTok e participação em lives de plataformas de streaming. “A autenticidade que os influenciadores trazem para a mensagem da marca é algo que não pode ser reproduzido em campanhas tradicionais”, afirma. Mídia in-app e geolocalização: a personalização na palma da mão A publicidade em aplicativos e o uso de geolocalização são outros caminhos importantes a serem explorados pelas marcas. Aplicativos populares como Spotify, Deezer e diversos apps de nicho oferecem formatos de mídia in-app que permitem um engajamento direto e segmentado. “O grande diferencial da mídia in-app é a capacidade de segmentar o público de forma precisa, integrando as campanhas com geolocalização e criando uma experiência mais imersiva para o usuário”, explica Tatiana. A eMarketer aponta que 45{ff264a8d407ba13904727b628c54a360aa9e3576b2ce11b60ac7c93c51628b99} dos consumidores brasileiros já foram impactados por anúncios em aplicativos, evidenciando o potencial de crescimento dessa estratégia. Para Tatiana Dejavite, o futuro da mídia digital não está em um único canal ou formato, mas na capacidade das marcas de integrarem múltiplas ferramentas para criar campanhas omnicha el. “A grande vantagem do digital é que ele nos permite testar, analisar e ajustar constantemente. As marcas que conseguem navegar por esse universo com flexibilidade e inovação terão mais sucesso.” Em um mundo onde a atenção do consumidor está fragmentada em várias telas e plataformas, as marcas precisam expandir sua visão sobre o que realmente significa ativar no digital. As oportunidades vão muito além das redes sociais e do tráfego pago.
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