“90 Decibéis”, protagonizado por artistas PCD, estreou no Festival do Rio e recebeu aplausos de Fernanda Montenegro e Caetano Veloso.
“90 Decibéis” emociona plateia e reforça inclusão no Festival do Rio
A estreia de “90 Decibéis” na mostra Première Brasil Hors Concours, na noite de sábado (04/10) no Cine Odeon, transformou o Festival do Rio em um palco de celebração da diversidade. O filme, estrelado por Benedita Casé Zerbini e com roteiro de Julia Spadaccini — ambas com deficiência auditiva —, recebeu aplausos emocionados da plateia e de grandes nomes da cultura nacional.
O longa narra a jornada de Ana, uma advogada que enfrenta a perda auditiva e precisa se reinventar, trazendo à tona temas de representatividade e inclusão no cinema brasileiro.

Prestígio e reconhecimento da arte
A chegada da Dama do Teatro Brasileiro, Fernanda Montenegro, reforçou a importância do filme:
“Eu acho que é uma grande presença à Benedita. Estou aqui para aplaudi-la. Sem dúvida nenhuma é um filme importante e ela está numa hora de grande presença diante dela e diante do que ela pretende da vida dela.”
Caetano Veloso, por sua vez, celebrou a vitalidade do Festival:
“Olha, é muito importante eu ver o Festival do Rio com essa força, para mim é uma coisa boa. Eu venho ver hoje um filme que tem a Benedita, quero ver e vou ver tudo o que eu puder.”
Protagonismo e inclusão
O foco da noite foi a autenticidade e a representatividade trazidas por Benedita Casé Zerbini e Júlia Spadaccini, que levaram suas vivências reais para a tela.
Benedita, em sua estreia como atriz principal, descreveu o momento como simbólico:
“Estou muito feliz, porque estou aqui no Odeon, que é um cinema tão importante. Poder me ver na telona, com as pessoas que eu amo, pessoas que eu respeito, no Rio de Janeiro, é muito simbólico.”
Júlia Spadaccini ressaltou o impacto social da produção:
“Não é só sobre ser a minha história, mas é a história de tantas pessoas. Ter em cena um protagonismo de artistas com deficiência, para mim, vai além do roteiro. Eu acho que essa é a melhor coisa que tem.”
O diretor Fellipe Barbosa reforçou o compromisso da produção:
“É um filme muito pessoal da Júlia. Eu tentei honrar ela ao máximo nesse processo e fazendo um casting composto majoritariamente de pessoas com deficiência.”
O milagre da arte
Regina Casé, mãe da protagonista, emocionou-se ao falar sobre a superação de barreiras:
“Significa um milagre, porque a gente imaginava que ela nunca ia ser atriz. Pela surdez, pelo sotaque que ela tem. Eu acho que depois dessa experiência, ela pode fazer inclusive personagens que não tem nenhuma deficiência, porque ela brilhou tanto como atriz que acho que ela vai ter uma carreira linda pela frente.”
O ator Maurício Destri, também do elenco, destacou a importância do projeto:
“É um privilégio! Estou estreando agora, num filme que é muito importante pois 90% do elenco é elenco PCD. Sim, é possível fazer um filme assim.”
A atriz Haonê Thinar, também PCD, acrescentou:
“A minha expectativa é que mais pessoas vejam que a gente só precisa de oportunidade para chegar aonde a gente quer.”

Exibição e oportunidades
Produzido pelo Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo para o Globoplay, “90 Decibéis” teve sua primeira exibição no cinema com exibição limitada no Festival do Rio. A próxima e última sessão está marcada para domingo (05/10), às 20h45, na Estação NET Rio 3.

