Gabriel Ract lança “O alquimista de bastos”, fantasia histórica ambientada na França do século XVIII que une alquimia, desejo e dilemas da alma.
Fantasia histórica mergulha nos segredos da alma humana
No século XVIII, enquanto o paganismo ganhava força na França e a alquimia passava de tabu a ciência, o escritor e médico Gabriel Ract ambienta “O alquimista de bastos”, um romance denso e imaginativo que mistura esoterismo, poder e fé. A obra conduz o leitor por laboratórios, duelos e dilemas morais onde a transmutação do ouro é apenas o início de uma jornada mais profunda: a tentativa de transformar a própria alma.
Entre o místico e o racional: um protagonista em conflito
A narrativa acompanha Damian Willard, jornalista britânico infiltrado como estudante numa universidade parisiense, com a missão de investigar o desaparecimento de alunos do curso de esoterismo ministrado por Simon Durant, alquimista imortal detentor da pedra filosofal. O que começa como uma investigação lógica se torna um mergulho espiritual e existencial.
“Como dito anteriormente, os alquimistas franceses acreditavam em uma origem cristã para a pedra filosofal, considerando, portanto, que o objeto tivesse poder não apenas sobre a carne, mas também sobre o espírito daquele que a possuísse. Por conta disso, desenvolveram métodos de alquimia inspirados por civilizações além dos limites da Europa, com o intuito de propositalmente distorcer a alma por intermédio de objetos inanimados. Sim, estou falando sobre uma técnica de alquimia etérea, tão audaciosa e tão perigosa que consta em pouquíssimos atos oficiais.” O alquimista de bastos, p. 58
Conflitos internos e forças ocultas guiam o enredo
Dividido entre Marie, a artífice que representa a lucidez, e Simon, cuja presença mística o atrai e manipula, Damian se vê preso num duelo de almas. Entre rituais, conjurações e tarot, o romance explora as ambiguidades do amor, da fé e da busca por sentido — revelando que a maior transmutação talvez aconteça no coração humano.
Gabriel Ract e a maturidade de uma fantasia filosófica
Conhecido por obras como “TIAC: A Torre de Babel” e “David Goffman e a Travessia Infernal”, Gabriel Ract reafirma sua maturidade literária ao usar símbolos ancestrais para abordar dilemas contemporâneos. Com enredo complexo, personagens ambíguos e linguagem refinada, “O alquimista de bastos” propõe mais do que fantasia: um convite à reflexão sobre o poder, a culpa e o fogo necessário para purificar a alma.

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