No Dia Nacional de Combate à Gordofobia, especialistas alertam sobre impactos na saúde, no trabalho e no acesso a cuidados médicos de pessoas com obesidade
Gordofobia: um problema de saúde e sociedade
O Dia Nacional de Combate à Gordofobia, celebrado em 10 de setembro, chama atenção para o preconceito e a discriminação contra pessoas com obesidade. Esse estigma não afeta apenas a autoestima, mas também a saúde física, mental e social, impactando desde relações pessoais até o mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa Obesidade e Gordofobia — Percepções 2022, 85,3% das pessoas com obesidade no Brasil já vivenciaram situações de gordofobia, seja na família, em ambientes sociais ou em consultas médicas. No setor público, 61,5% relataram desconforto e falta de acolhimento, enquanto no privado o índice é de 44%.

Discriminação no trabalho e consequências econômicas
O preconceito também se manifesta no mercado de trabalho. Levantamento da Data Lawyer aponta aumento de 314% nas denúncias de gordofobia entre 2019 e 2022, totalizando 721 processos trabalhistas entre 2014 e fevereiro de 2023. Estudos indicam ainda que mulheres com obesidade recebem de 3,9% a 9,1% menos que mulheres magras em funções equivalentes.
Segundo a psicóloga Andrea Levy, cofundadora da ONG Obesidade Brasil, “a gordofobia é uma forma de violência invisível, que mina a autoestima e contribui para quadros de ansiedade, depressão e isolamento social. É urgente criar ambientes acolhedores, seja no trabalho, nas escolas ou nas relações pessoais.”
Combate à gordofobia também é cuidado com a saúde
O enfrentamento desse preconceito envolve políticas públicas, acesso a tratamento médico e psicológico e a garantia de igualdade de oportunidades. Criar um ambiente inclusivo promove bem-estar, dignidade e respeito, essenciais para a qualidade de vida das pessoas com obesidade.
Sobre o Instituto Obesidade Brasil
Fundado em fevereiro de 2020, o Instituto Obesidade Brasil é a primeira organização sem fins lucrativos voltada a pessoas com obesidade. A ONG busca informação clara e cientificamente fundamentada sobre obesidade, prevenção, diagnóstico, tratamento e novas tecnologias, além de direcionar para centros públicos e gratuitos de atendimento.
O conselho científico é multidisciplinar e trabalha com o conceito de saúde universal, garantindo acesso especializado a todos.
Coordenadores da ONG:
- Andrea Levy, Psicóloga Clínica e Bariátrica, especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares, coordenadora da Comissão de Saúde Mental da IFSOLAC 2024-2025;
- Andrea Pereira, Médica Nutróloga, MD, PhD, cofundadora do canal Longidade, com pós-doutorado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa;
- Carlos Schiavon, Cirurgião Bariátrico, presidente da ONG, coordenador do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
