Saiba o que diferencia um resultado saudável e luminoso de um cabelo danificado por profissionais que descolorem sem diagnóstico, técnica ou cuidado
Fazer mechas é uma arte que exige leitura, decisão e controle em cada etapa. Por trás de um cabelo iluminado e saudável existe método, muito estudo e sensibilidade. O problema é que muita gente ainda acredita que o segredo está no produto, quando na verdade o diferencial está no olhar de quem executa.
“Não é somente o pó descolorante e a água oxigenada que fazem as mechas, é a leitura”, explica Thay Sant’Anna, cabeleireira e especialista em coloração. “Cada cabelo tem uma história, uma estrutura e um limite. Quem entende isso domina a cor sem danificar e destruir o fio!”
O mercado de coloração reflete o tamanho dessa paixão nacional. Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o setor global de coloração capilar movimentou US$ 14 bilhões em 2023 e deve ultrapassar US$ 18 bilhões até 2028. O segmento de mechas segue como um dos mais procurados nos salões, impulsionado pelo desejo de naturalidade e personalização.
O passo zero: diagnóstico antes da cor
Antes de qualquer produto, o diagnóstico do cabelo é o ponto de partida. Resistência, porosidade, elasticidade e histórico químico são fatores que determinam até onde o fio pode ir. Fazer mechas não é simplesmente “deixar o cabelo mais claro”. É uma arte! É entender o fio, a cor, a pele e até a personalidade de quem está na cadeira. É transformar o cabelo com propósito — sem perder o brilho e a integridade do fio.
“Quando um profissional não faz um teste de mecha, ele está literalmente apostando no escuro”, alerta Thay. “O fio pode parecer forte, mas estar saturado por químicas anteriores. É preciso observar, tocar e entender o que ele suporta. Ao contrário disso, tudo por acontecer.”
Segundo a especialista, o erro mais comum é acreditar que o tempo do produto define o resultado. “Deixar o pó agir até achar que ficou bom é um erro clássico. O clareamento precisa ser acompanhado minuto a minuto. O profissional lê o cabelo, — ele não adivinha.”
“É exatamente por isso, que no meu espaço, não atendo mais de uma cliente de mechas por vez. Eu dou atenção absoluta durante todo o processo pra quem está na minha cadeira, esse é o meu diferencial e optei por trabalhar assim, justamente para diminuir ao máximo todos os riscos que uma descoloração oferece. Porque elas existem. E agir dessa forma, é o mínimo que posso fazer para quem me escolhe e confia no meu trabalho.” Diz Thay Sant’Anna.
Clarear com consciência é técnica, não sorte!
Thay explica que cada cabelo tem um pigmento subjacente, chamado de fundo de clareamento, que aparece durante o processo. “É o pigmento natural que surge quando o fio vai abrindo: pode ser vermelho, laranja ou amarelo. Saber quando parar e como neutralizar é o que define se o loiro será elegante ou amarelado.”
Alguns cabeleireiros que não são especialistas em colorimetria, preferem deixar o cabelo no fundo de clareamento, e por isso, precisam “abrir” o cabelo, na maioria das vezes, muito mais do que ele suporta. Com isso, vem os cortes químicos, os cabelos quebrados, porosos, e totalmente sem brilho. Já os profissionais especialistas em cor, não precisam fazer isso e trabalham com uma margem de segurança muito maior e sendo muito mais fiéis a cor que a cliente pediu. Ela também reforça que usar volumes altos de oxidante para acelerar o clareamento é um erro grave. “Clarear rápido demais quebra o fio e dificulta a tonalização depois. O profissional que domina mechas não corre, ele conduz, trabalha com paciência e sabedoria.
A diferença está nos detalhes
Segundo Thay, o segredo das mechas modernas está em trabalhar com linguagem de luz: pontos iluminados que respeitam o rosto, a base natural e o movimento do cabelo. “As mechas precisam conversar com a cliente — com a pele, com o olhar, com o estilo de vida. É o que diferencia o loiro sofisticado daquele que parece forçado.”
Depois do clareamento, vem o momento mais subestimado: a tonalização e a selagem dos fios. “É aqui que o cabelo ganha brilho e cor real. O toner ajusta o pH, devolve proteína e equilibra a umidade. Só hidratar não é suficiente. É preciso protocolo técnico para reconstruir o fio sem pesar!”
Como escolher um bom profissional de mechas
Com tantas promessas nas redes sociais, saber quem realmente entende do assunto é essencial. Thay ensina o que observar antes de escolher:
💡 1. O profissional fala sobre diagnóstico antes da cor?
Se ele quer aplicar o pó logo de início, fazendo promessas que nem ele mesmo sabe se vai cumprir, muito cuidado! O diagnóstico é o primeiro sinal de seriedade técnica.
💡 2. Ele explica o processo?
“Transparência é essencial. O bom profissional explica quantas sessões serão necessárias, os riscos e o plano de manutenção. Não sai vendendo e visando apenas o dinheiro. Quem promete milagre não domina técnica!”, diz Thay.
💡 3. Ele fala em teste de mecha?
Esse é o filtro mais importante. “O teste de mecha é como um exame médico. Sem ele, o risco é de o cabelo romper e o sonho virar arrependimento. Fuja de profissionais que banalizam o teste de mecha!”
💡 4. Ele fala sobre manutenção?
Cabelos com mechas exigem reconstruções leves, uso controlado de matizadores e proteção térmica. “Manter o cabelo bonito é tão técnico quanto clarear. Os cuidados em casa é uma extensão de tudo!”, reforca
O futuro das mechas é mais saudável
Para Thay Sant’Anna, uma nova geração de profissionais está redescobrindo a beleza natural. “Hoje, o loiro bonito é o que tem leveza e vida. É o cabelo que reflete luz, e não o que grita por atenção de forma monocromática.”
Ela acredita que a técnica é o que permite criar arte com segurança. “Quando você domina textura, luz, cor e tempo, o resultado é harmonia e leveza. E o cabelo fala por si, e o que serve para uma pessoa, não serve pra outra. Cabelo é arte!”
Gostou do nosso conteúdo?
Seu apoio faz toda a diferença para continuarmos produzindo material de qualidade! Se você apreciou o post, deixe seu comentário, compartilhe com seus amigos. Sua ajuda é fundamental para que possamos seguir em frente! 😊