Psicóloga explica como autocontrole e respiração lenta ajudam a enfrentar crises e decisões sob pressão.
Em momentos de crise, o que separa o caos da lucidez pode ser uma única escolha: manter o controle. A psicóloga Graziele Zwielewski viveu essa realidade de forma intensa durante um voo, quando sofreu um engasgo grave ao lado do filho pequeno.
Sem recursos médicos disponíveis e diante da insegurança da equipe de bordo, ela percebeu que sua sobrevivência dependia diretamente da capacidade de manter a calma.
“Eu sabia que se entrasse em pânico, perderia minha capacidade de raciocínio. E ninguém ali sabia o que fazer comigo”, relata.
A escolha consciente de respirar devagar e focar na serenidade foi decisiva para evitar a sufocação e preservar sua clareza mental.
A ciência por trás da calma
Segundo Graziele, técnicas de respiração lenta são cientificamente comprovadas para reduzir o cortisol e a adrenalina, hormônios ligados ao estresse. Elas favorecem decisões mais seguras em situações de pressão.
“Se eu pensasse que estava morrendo, meu corpo aceleraria ainda mais. Então, foquei em ficar calma e no inspirar e expirar”, explica.
Autocontrole como habilidade essencial
Com quase 20 anos de experiência no tratamento da síndrome do pânico, a psicóloga reforça que o autocontrole é uma competência fundamental da saúde mental.
“Ele permite regular emoções, tomar decisões sob estresse e agir com inteligência emocional mesmo em situações-limite”, afirma.
Embora existam fatores genéticos associados a essa habilidade, ela pode e deve ser desenvolvida ao longo da vida. Graziele destaca ainda que o autoconhecimento é indispensável para um autocontrole saudável.
“Autocontrole é bem-vindo em situações de risco imediato como engasgos, acidentes, emergências médicas e em conflitos emocionais e interpessoais como luto, traumas, separações. Manter a calma fortalece a capacidade de agir de forma mais inteligente, aumenta sempre as chances de os desfechos serem mais favoráveis, reduz a chance de você se arrepender depois”, compartilha.
Dicas práticas
A psicóloga compartilha recomendações que ajudam a fortalecer o autocontrole. A primeira envolve a combinação de práticas respiratórias com a meditação.
Graziele explica que técnicas de respiração lenta são comprovadas em estudos controlados e revisões sistemáticas. Elas reduzem o hormônio do estresse e o nível de adrenalina, promovendo mais serenidade e melhores decisões em momentos de pressão. A meditação também colabora na redução da ansiedade, da depressão e do estresse.
Outra orientação envolve a importância da psicoterapia.
“Como a própria palavra diz: auto, ou seja, é você com você. Se você não se conhece, não tem como se controlar. A psicoterapia é importante para ter em mãos o manual de você mesmo. Afinal, é preciso se conhecer para conseguir ter um autocontrole saudável”, completa.

Gostou do nosso conteúdo?
Seu apoio faz toda a diferença para continuarmos produzindo material de qualidade! Se você apreciou o post, deixe seu comentário, compartilhe com seus amigos. Sua ajuda é fundamental para que possamos seguir em frente! 😊
