Sair da rotina, interagir com novos colegas, aceitar as regras da escola ou creche, aprender continuamente e ser incentivado a superar limites em um ambiente diferente do lar podem representar desafios tanto para as crianças quanto para suas famílias. Sim, a volta às aulas é um processo de adaptação repleto de desafios, segundo especialistas. Nesta última semana, milhares de estudantes voltaram às aulas nas redes pública e particular de ensino.
O período de rever amigos e iniciar mais um ano letivo também traz consigo a ansiedade entre crianças e adolescentes, o que tem se tornado uma preocupação crescente nos últimos anos. A psicoterapeuta Sandra Salomão, explica que a ansiedade excessiva com a chegada do grande dia, o medo da não adaptação, o afastamento dos pais e a saída da zona de conforto do lar para a convivência em grupo podem provocar conflitos internos nas crianças.

Nesses casos, segundo Sandra Salomão, algumas sessões de terapia podem ser recomendadas para as famílias que enfrentam esse momento de mudança significativa. “O campo familiar está se ampliando e vão entrando novas pessoas. É muito difícil lidar com a novidade sem experimentar um estado de medo ou ansiedade. Esses sentimentos precisam ser reconhecidos, e, às vezes, é necessária uma orientação específica. Se a mãe ou o pai não sabem como acolher a dificuldade da criança em ir para a escola, então é importante buscar orientação técnica, sem banalizar a fase de adaptação”, explica a psicoterapeuta e diretora do Centro de Gestalt-Terapia Sandra Salomão, em Botafogo.
Dados recentes do Ministério da Saúde apontam um aumento expressivo nos atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade no Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo da última década. Entre crianças de 10 a 14 anos, o crescimento foi de 1,575%, enquanto entre adolescentes de 15 a 19 anos, o aumento chegou a 4,.423%.
A especialista em terapia com casas e famílias também explica que o início do ano letivo também é um momento propício para que os profissionais da educação identifiquem possíveis problemas que podem refletir tanto na criança quanto na família. É a hora dos pais começarem a receber os bilhetes na agenda escolar com alguma sinalização e os convites para as conversas na escola.
“Sua criança certamente não é o problema, mas é sim parte de algo que pode estar acontecendo no sistema familiar. Isto deve ser visto como um todo, afinal a criança reproduz aquilo o que ela vivencia. Então, o bilhete que recebemos da escola para que se tenha alguma abordagem terapêutica pode ser um direcionamento para a terapia familiar e não são apenas para criança”, completa Sandra Salomão, que também é professora da PUC- RJ e de instituições de psicologia no exterior. Podcast edinhotaon/ Edno Mariano
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