“Corpo Preto” denuncia desigualdades no atendimento médico a pacientes negros no Brasil
Estreou no dia 1º de abril o curta-metragem “Corpo Preto”, idealizado pelo Instituto Yduqs e pelo IDOMED (Instituto de Educação Médica), que traz à tona a realidade do racismo na assistência médica no Brasil. A obra, com roteiro da agência Artplan, denuncia a negligência e a invisibilidade enfrentadas por pacientes negros em ambientes hospitalares.
O filme acompanha a jornada de um homem negro em busca de atendimento médico, enquanto enfrenta a indiferença de profissionais de saúde. Por meio de uma estética simbólica — como o uso de câmera desfocada — a narrativa traduz visualmente o apagamento social vivenciado por muitos brasileiros.
“Estamos provocando um debate sobre o papel da educação na construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente,” afirma Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo educacional Yduqs.
A produção se baseia em estudos do projeto Mediversidade, iniciativa que visa promover equidade na formação médica e incluir diferentes etnias nos cuidados de saúde. Os dados apresentados são contundentes:
- Apenas 3% dos médicos no Brasil são negros, segundo o CFM (2023)
- Pacientes negros esperam, em média, 10 minutos a mais para atendimento
- Suas consultas duram 47% menos que as de pacientes brancos
- Há menor probabilidade de realização de exames de imagem, o que compromete diagnósticos
- O tempo até uma cirurgia é, em média, 6,7 dias maior para pacientes negros
Esses números indicam viés sistêmico na saúde, afetando diretamente diagnósticos, tratamentos e a qualidade de vida da população negra.
Lançamento e ações educativas


O curta foi lançado no Cinema Estação do Shopping da Gávea (RJ), com mesa redonda mediada por Annelise Passos, da Artplan, e a participação da médica Amanda Machado (IDOMED) e da diretora do filme, Nany Oliveira.
Paralelamente, foi lançado o livro “Nigrum Corpus – Um estudo sobre racismo na medicina brasileira”, um material inédito voltado à formação médica. A publicação reúne depoimentos reais e será distribuída para faculdades de medicina em todo o país, com o objetivo de formar profissionais mais conscientes e capacitados para lidar com o racismo institucional na saúde.
“Um ambiente educacional diverso enriquece a formação médica e prepara melhor nossos futuros profissionais,” reforça Silvio Pessanha, CEO do IDOMED.
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