Amaro Freitas e Jonathan Ferr, exponentes do jazz brasileiro, e duo entre judeu e árabe são os destaques da programação
O Pianístico de Joinville chega à sexta edição prometendo fazer vibrar, mais uma vez, a maior cidade catarinense – e seu entorno. Artistas de várias partes do Brasil e do mundo, em encontros inéditos e exclusivos, integram uma programação para todos os gostos e corações. A maratona musical terá seis dias de duração – de 19 a 24 de setembro –, distribuída em sete palcos, além de estabelecimentos comerciais, como restaurantes, lojas e padarias, com a ação intitulada “Pianos pela Cidade”. O viés pedagógico também figura no roteiro, por meio de workshops, cursos e atividades para crianças, em escolas municipais. De ponta a ponta, o acesso é gratuito – em breve, mais informações sobre a liberação dos ingressos.
Já na abertura, dia 19, um dos nomes mais reconhecidos do jazz brasileiro, Amaro Freitas, exibe sua arte – consagrada mundo afora, sobretudo por traduzir ritmos nordestinos, como o frevo, o baião e o maxixe, para a linguagem jazzística. Mas não só. Próximo de completar 32 anos, o artista não se cansa de surpreender crítica e público pela ousadia de seu relacionamento com a música e a cultura brasileira – além das inconfundíveis referências às suas raízes. Sua abordagem do teclado é tão única que surpreende e acaba sendo incondicional e instantaneamente aclamada, como ocorreu com seus álbuns “Sangue Negro”, de estreia, em 2016, e “Rasif”, de 2018.
Neste ano, Amaro exibe um novo trabalho. “Sankofa”, que ele próprio define como uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil Negro – e sua obra mais sincera, até hoje. O artista nasceu e cresceu na periferia de Recife e teve de batalhar intensamente para se tornar o musicista de hoje – seus primeiros contatos com a música se concretizaram na adolescência, na igreja evangélica que a família frequentava.
“Amaro Freitas se transformou em um grande nome do piano internacional, uma tendência muito forte na música brasileira. Diversos nomes do jazz e da música instrumental brasileira, como das artes, em geral, estão surgindo na periferia dos grandes centros”, observa Carlos Branco, diretor artístico do festival.
Albertina Tuma, diretora geral do Pianístico, lembra que, desde a primeira edição, em 2018, até hoje, algumas das maiores estrelas do piano já passaram por aqui. “Foram concertos irretocáveis e inesquecíveis, sendo sucesso de público e crítica especializada”, acrescenta. Dentro de sua proposta de qualidade e diversidade, o festival vai trazer, novamente, uma gama de ritmos, gêneros, estilos e, sempre, grandes nomes do piano nacional e internacional.
Música que cura
Outro dos mais celebrados nomes da nova geração de jazzistas brasileiros, o carioca Jonathan Ferr traz a Joinville o conceito de música medicinal. E apresenta, em seu álbum “Cura”, a proposta de um verdadeiro mergulho profundo no desconhecido – em canções que buscam curar por meio dessa experiência. O musicista, que nasceu e cresceu no bairro de Madureira, também abraçou o desafio de popularizar o piano na periferia, mesclando-o a ritmos como hip-hop e R&B. Fã de Tom Jobim desde a infância, na adolescência se apaixonou pelo álbum “A Love Supreme”, de John Coltrane, quando decidiu que seria músico de jazz.
Hoje, aos 32 anos e já chamado até de novo “xamã” do jazz nacional, Jonathan foi apontado pelo jornal espanhol El País como “o garoto estandarte do jazz carioca”. Com a proposta de “tirar o elitismo do jazz”, Ferr reuniu vários aspectos sonoros, sociais e espirituais para percorrer rotas musicais que desconstroem a ideia de que a erudição deve ser inerente a estilos musicais mais complexos. O artista foi uma das atrações do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023, ao lado de BK, Owera. MC Soffia, Linn da Quebrada, Kaê Guajarara e Liniker.
Pianos pela paz
Atração das mais aguardadas desta edição do Pianístico, o Amal Piano Duo, formado em 2008 pelo judeu Yaron Kohlberg e pelo árabe Bishara Haroni, estreou em 2008, na Opera House, em Oslo, Noruega, exibindo um excelente resultado musical, além de uma mensagem de paz e amizade. Os artistas já se apresentaram nas maiores casas de espetáculos do mundo. O duo, que promove uma combinação entre a música clássica e a world music, acaba de compor uma peça que combina os hinos nacionais de Israel e da Palestina.
Programação pedagógica
Como já se tornou tradicional, o Pianístico realiza ações em paralelo: os cursos e workshops, e as ações batizadas de Pianos pela Cidade e Pianístico nas Escolas. Nas atividades pedagógicas, busca aproximar os artistas do público e compartilha conhecimento, experiências, tendências e atualizações. A ação chancela a valorização que o Pianístico dá ao aspecto formativo. Desta vez, serão cinco workshops, dos quais quatro serão direcionados à prática musical ao piano, orientados para músicos e aficionados em geral, e um curso focado no ensino e aprendizado coletivo do piano – este, dirigido especialmente aos professores e alunos avançados do instrumento.
No total, 14 horas de cursos, ministrados por vários dos musicistas que também subirão aos palcos do Pianístico, cinco brasileiros e uma americana. Com vagas limitadas, os workshops e o curso para professores, gratuitos, acontecem na Escola de Música Villa-Lobos, da Casa da Cultura, e na Escola de Música Belas Artes de Joinville.
Uma iniciativa já consolidada leva o nome de Pianos pela Cidade e multiplica a música por vários ambientes, em empresas e estabelecimentos locais, abrindo espaço para artistas de Joinville. Estão confirmadas apresentações em locais como Giuseppe Pizzeria & Restaurante, Smânia Restaurante, Casa do Capitão, O Sebo, Panificadora da Villa II e Samantha Kids.
Às vésperas da realização do festival, estudantes joinvilenses vão entrar no ritmo da boa música com mais um Pianístico nas Escolas. Estão previstas oito apresentações em quatro escolas municipais do espetáculo intitulado “Uma pianística aventura”, com a pianista Naara Santana e o ator Luan Vinicius Cordeiro. A encenação traz um saboroso enredo infantil. “Enfatizando os aspectos de informação e formação da plateia do futuro, a ação visa sensibilizar a criança, incentivá-la e inspirá-la para o estudo da música e em especial deste instrumento”, explica o diretor técnico do festival, Voldis Sprogis.
Confira a programação completa
19 de setembro
20h30, Amaro Freitas, na Sociedade Harmonia-Lyra
20 de setembro
14h, workshop com Ana Azevedo, na Casa da Cultura
20h30, Valentin Magyar (Hungria), na Sociedade Harmonia-Lyra
21 de setembro
14h, workshop com Cheryl Renée (EUA), na Casa da Cultura
20h, Ana Azevedo, no Instituto Juarez Machado
22h, Cheryl Renée, show solo, no Instituto Juarez Machado
22 de setembro
10h, workshop com Vera Di Domenico, na Casa da Cultura
14h, curso para professores de piano, com Naira Poloni, no Belas Artes Joinville
17h, Lilian Nakahodo e Grace Torres, na Escola Bolshoi
19h, Cheryl Renée, show com banda, no Shopping Mueller
20h30, Jonathan Ferr, no Teatro Juarez Machado
23 de setembro
10h, workshop com Bernard Taubkin, na Casa da Cultura
11h, Arthur Bandt, no Instituto Juarez Machado
14h, curso para professores de piano, com Naira Poloni, no Belas Artes Joinville
16h, Bernard Taubkin, no Teatro Juarez Machado
20h30, Amal Piano Duo (Israel/Palestina), no Teatro Juarez Machado
24 de setembro
11h, Piano Trio Salzburg (Áustria), no Teatro Juarez Machado
17h, Tulio Mourão, na Sociedade Harmonia-Lyra
19h30, PianOrquestra, no Teatro Juarez Machado
Conheça os pianistas que estarão em Joinville
Amaro Freitas
Um dos mais aclamados instrumentistas brasileiros da atualidade, vem se apresentando em teatros e festivais no Brasil e no exterior, em palcos como Lincoln Center, em Nova York, Montreaux Jazz Academy, na Suíça, e Jazzahead, na Alemanha. Nascido na periferia do Recife, aprendeu música na adolescência, na igreja evangélica. Em 2016, lançou seu álbum de estreia, “Sangue Negro”. Em 2018, lançou, pelo selo inglês “Far Out Recordings”, o álbum “Rasif”, que incorpora ritmos como o frevo, afrojazz, maracatu, coco e baião. Em 2020, gravou com Milton Nascimento e Criolo as músicas “Cais” e “Não existe amor em SP”, e, com Milton e a Orquestra Filarmônica de São Petersburgo, uma versão de “Drão”. Sua obra incorpora à linguagem do jazz sonoridades e referências da cultura popular brasileira, além de elementos rítmicos da música africana.
Jonathan Ferr
O pianista carioca é um dos nomes mais celebrados da nova geração do jazz brasileiro. Nascido no bairro carioca de Madureira, luta para popularizar o gênero na periferia, mesclando-o com ritmos como hip-hop e R&B. Começou a se interessar pelo piano ainda criança, aos 8 anos, ganhou um tecladinho e logo passou a dedilhar por conta própria as primeiras notas, inspirado em Tom Jobim. Na adolescência, apaixonou-se pelo álbum “A Love Supreme”, de John Coltrane, e decidiu que seria músico de jazz. A profissionalização viria depois, ao ganhar uma bolsa. Ferr juntou vários aspectos sonoros, sociais e espirituais dentro de um caldeirão para trilhar caminhos musicais que desconstroem a ideia de que a erudição deve ser inerente a estilos mais complexos.
Amal Piano Duo (Israel/Palestina)
Formado em 2008, pelo judeu Yaron Kohlberg e pelo árabe Bishara Haroni, o duo estreou na Opera House, em Oslo, Noruega. Realizou concertos no Concert Hall (Genebra), Metropolitan Museum (Nova York), Kimmel Center (Philadelphia), Asahi Hall (Tóquio), Beijing Concert Hall (Pequim), Beethoven Hall (Bonn), Teatro Colón (Buenos Aires) e Sala São Paulo (São Paulo), além do Vaticano. Bishara e Yaron buscam uma combinação da música clássica e world music. Yaron Kohlberg apresentou-se em salas de concerto em mais de 40 países, tendo vencido dez prêmios internacionais de piano. Atuou como solista no Carnegie Hall, em Nova York, no Kremlin, em Moscou, no Hall da Forbidden City, em Pequim, entre outros teatros. Bishara Haroni nasceu em Nazareth. Graduou-se na Academia de Música e Dança em Hannover, Alemanha. Com 24 anos, tocou no Carnegie Hall, em Nova York, e com orquestras, como London Philharmonic, Stuttgart Chamber Orchestra, Israel Philharmonic, atuando com os maestros Zubin Mehta, Lorin Maazel e Daniel Barenboim.
Valentin Magyar (Hungria)
Começou a tocar piano aos 5 anos de idade, em sua cidade natal, Balassagyarmat, ao Norte da Hungria. Aos 14, foi admitido na prestigiosa Franz Liszt Academy, em Budapeste. Atualmente, faz mestrado na Franz Liszt Academy e na Hanns Eisler Music Academy. Em 2023, recebeu o Prêmio de Talentos György Cziffra e bolsa de estudos na Clavarte Foundation, em Berlim. Toca regularmente na Hungria e em séries de concertos e festivais por todo o mundo. Seu primeiro disco traz Rachmaninoff e será lançado pelo selo Hungaroton no final deste ano.
Salzburg Piano Trio (Áustria)
Fundado em 1984 pelo violinista brasileiro-dinamarquês Lavard Skou Larsen e pelo violoncelista alemão-israelense Ramon Jaffé, nascido em Riga, na Letônia. Há alguns anos, passou a tocar com a pianista israelense Revital Chachamoff, o que resultou em uma colaboração homogênea e bem-sucedida. Apresentou-se em importantes festivais e salas de concerto em países como Alemanha, Inglaterra, Itália e Áustria. As turnês levaram o trio a quase todos os países da Europa, a Israel e ao Centro-Norte e América do Sul.
Cheryl Renée (EUA)
Nasceu em Cincinnati e cresceu ouvindo as estações locais de rock e rhythm’n’blues, nos anos 1960. Toca profissionalmente desde os 17 anos. Aos 21, passou a viajar e tocar em várias partes dos EUA e Canadá, indo também à Alemanha, Japão, Coreia e Filipinas. Fez parte da cena do blues de Boston e tocou na abertura do House of Blues original, em Massachusetts. É conhecida como a “Deusa do Blues de Cincinnatti”.
Ana Azevedo
Mestre em música pela UFRJ, começou a estudar piano aos 6 anos de idade, e aos 18 foi para o Montgomery College, em Washington D.C., onde estreou no musical Evita. Tocou com a Rio Jazz Orchestra e com nomes como Robertinho Silva, Ronaldo Diamante, grupo Azymuth e Roberto Menescal. Em 2004, tocou no DVD “Bibi canta Piaf”, com a cantora Bibi Ferreira e a Orquestra Petrobras Sinfônica. Apresenta-se com a Baixada Jazz Big Band, entre outros grupos dos quais faz parte, além de ser maestrina em quatro corais pop no Rio de Janeiro e escrever arranjos para a Orquestra Sinfônica Brasileira.
Grace Torres e Lilian Nakahodo
Raramente executada em público, a obra “Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado” (1946-1948), de John Cage, redefiniu de maneira determinante a utilização de instrumentos tradicionais na criação e execução do repertório que viria a ser desenvolvido no restante do século 20. Lilian e Grace, sob direção musical de Vera Di Domênico, foram as primeiras pianistas brasileiras a realizar uma gravação integral ao vivo. Piracicabana radicada em Curitiba, graduada em Produção Sonora e Mestre em Música (UFPR), Lilian é pianista, compositora, produtora e editora de áudio. Integra o Coletivo Pianovero e o Sons Nikkei, projeto de fusão musical Brasil-Japão. Em 2022, lançou um EP com composições próprias para piano preparado. Curitibana, compositora, produtora e Mestre em Música (UFPR), Grace integra o Coletivo Pianovero e o Fato, grupo autoral com nove álbuns e shows pelo Brasil e exterior. Como compositora, criou trilhas premiadas para dança, teatro e audiovisual. Pianista, professora e idealizadora de projetos pianísticos.
Vera Di Domênico
Pianista, professora, diretora e curadora do Coletivo Pianovero. Graduada em Música e Piano na UFRJ, FAPARTE/SP, Escola Superior de Música de Viena, e em Música Contemporânea para Piano (Stuttgart). Foi diretora dos Auditórios do Masp e coordenadora de música da FASM/SP. Criou e dirigiu dezenas de projetos pianísticos, como o “Preparado em Curitiba: John Cage – Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado”, com gravação ao vivo, concertos e workshops (2012-2016).
Arthur Bandt
Pianista, arranjador e professor. Começou seus estudos musicais aos 6 anos de idade, em Curitiba, e graduou-se na classe de Olga Kiun (Rússia). Destaca-se por sua versatilidade ao transitar por diferentes gêneros musicais, desde o clássico ao popular, como pianista solista ou colaborador. Em 2009 veio para Joinville para atuar como pianista da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, onde permaneceu por 13 anos. Paralelamente, atuou como pianista colaborador e solista em diversas orquestras e grupos musicais da região.
Benjamin Taubkin
Como músico e/ou produtor, tem participação em mais de 150 discos e CDS. É responsável pelo projeto Núcleo Contemporâneo, na cidade de São Paulo. Colabora com músicos de diversos países, como Marrocos, África do Sul, Índia, Israel, Espanha e Colômbia. Entre os projetos recentes, destacam-se o “Fronteiras Imaginárias”, com o colombiano Antonio Arnedo, e o “Sons de Sobrevivência”, com o duo Soukast, além do “Música na Serrinha” e do filme “O Piano que Conversa”, documentário que retrata cinco encontros musicais do pianista, no país e também na Bolívia e na Coreia. Tem se apresentado regularmente em festivais e centros culturais no Brasil, América Latina, Canadá, Estados Unidos, e Europa, Oriente Médio. É membro do Fórum Europeu de Festivais de Música do Mundo e da Associação Ibero-Americana para o Desenvolvimento da Música.
Túlio Mourão
Pianista, compositor e arranjador, foi integrante da banda Os Mutantes. Tocou com artistas como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Fagner, Raul Seixas e Belchior. Suas canções foram gravadas por nomes como Milton, Bethânia, Nara Leão, Ney, Zimbo Trio e o guitarrista Pat Metheny. Na música orquestral, trabalhou como maestro assistente. Suas obras e arranjos já foram executados pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica Brasileira, entre outras. Passou por importantes festivais e projetos como o “Les Nouveaux Sons de L’Amerique”, em Paris, North Sea Jazz Festival, em Rotterdam, e shows em Buenos Aires, Lisboa, Roma, entre outros. Atua também como diretor musical, curador de diversos eventos e festivais.
PianOrquestra
Dez mãos e um piano. Essa é a proposta pioneira da PianOrquestra, que há mais de 15 nos encanta plateias pelo Brasil e o mundo. Criada em 2003, a PianOrquestra destaca-se pela originalidade e pela qualidade musical. Seu trabalho envolve quatro pianistas, uma percussionista e um piano preparado. Com luvas, baquetas, palhetas de violão, fios de náilon, sandálias de borracha, peças de metal, madeira, tecido e plástico, a PianOrquestra explora infinitas possibilidades de timbres e sonoridades produzidas pelo piano, transformando o instrumento em sua própria orquestra. Avaliado como um dos “10 Melhores Concertos do Ano de 2018” pelo jornal “O Globo”, a PianOrquestra fez uma extensa turnê pela Europa em 2019 apresentando-se na França, Suíça, Portugal, Espanha, Eslovénia e Lituânia e Alemanha.
Naira Poloni
Bacharel em piano erudito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), especialista em gestão cultural pela Universidade de São Paulo (USP) e mestra em educação musical sobre piano em grupo, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora na pós-graduação sobre pedagogia do piano na Academia Cultura. Ministra cursos para professores de piano há sete anos e leciona piano há 22. Em paralelo, atua como pianista solo, em grupos de câmara, em peças de teatro e musicais, além de participar em festivais, masterclass, oficinas e congressos nacionais e internacionais e em gravações de CDs.