Segmento registrou aumento de 47,29% nas vendas entre 2023 e 2024, segundo dados da BookInfo
A ficção científica vive um dos seus melhores momentos no mercado editorial brasileiro. Dados da BookInfo revelam que as vendas do gênero cresceram 47,29% entre 2023 e 2024. Foram 52.948 exemplares vendidos em 2023, contra 77.990 no ano seguinte. O crescimento não se concentra em poucos best-sellers: o número de títulos vendidos se manteve alto — 601 diferentes em 2023 e 556 em 2024 —, mostrando a diversidade da produção e do interesse do público.
Esse movimento de expansão editorial acompanha o fenômeno audiovisual de grandes produções de ficção científica no cinema e no streaming, que têm despertado ainda mais curiosidade pelos mundos, personagens e debates que o gênero propõe. Para muitos leitores, essas histórias funcionam como lentes para analisar o presente e imaginar futuros possíveis.
O perfil do leitor brasileiro de ficção científica é amplo, com destaque para a faixa dos 19 a 35 anos, mas que inclui desde adolescentes até leitores de mais de 60 anos. Homens e mulheres aparecem em proporções equilibradas.
Mais do que entretenimento, esse público busca provocações intelectuais. São leitores que gostam de explorar hipóteses (“o que aconteceria se…”), têm interesse por ciência, tecnologia, inteligência artificial, universos paralelos e robótica, além de apreciarem mundos complexos e verossímeis.
Entre as principais características desse público estão:
- Curiosidade intelectual: interesse por diferentes áreas do conhecimento;
- Apreciação da especulação: fascínio por imaginar como ciência e tecnologia moldam o futuro;
- Desejo de mundos diferentes: imersão em cenários criativos e alternativos;
- Engajamento ativo: leitura atenta e detalhista;
- Reflexão social: busca compreender dilemas éticos, sociais e existenciais;
- Busca por novidade: valorização da originalidade e da criatividade;
- Abertura para o estranho: aceitação de narrativas que desafiam a realidade.
Nesse contexto de expansão, o escritor Alejandro Puerta lançou no último dia 25 de setembro, na Livraria da Travessa do Shopping Iguatemi, em São Paulo, o livro Cinzas Cósmicas.
A obra narra a trajetória de personagens que enfrentam dilemas éticos e emocionais diante de um futuro moldado pela ciência. Em meio a avanços tecnológicos e descobertas que desafiam a compreensão humana, a narrativa provoca reflexões sobre amor, perdão e os limites da própria humanidade.
Para Puerta, a ficção científica é mais do que um gênero de entretenimento.
“Escrevi Cinzas Cósmicas como uma tentativa de colocar a ciência em diálogo com o coração humano. Muitas vezes nos fascinamos com o que é possível criar, mas esquecemos de perguntar se deveríamos criar. Esse livro é sobre escolhas, sobre como a tecnologia pode nos salvar ou nos destruir, mas, sobretudo, sobre como o amor e o perdão ainda são os maiores atos revolucionários da humanidade”, afirma o autor.
Com uma escrita que mistura ritmo envolvente e questionamentos filosóficos, Cinzas Cósmicas reforça o momento de prosperidade da ficção científica no Brasil e a busca do público por histórias que, ao mesmo tempo, entretenham e provoquem reflexões profundas.
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