*Por Pedro Signorelli
Você já ouviu falar de ‘bed rotting’? Caso a sua resposta seja ‘não’ e você atue como gestor em alguma empresa – não importa o tamanho ou o segmento – aconselho a prestar atenção neste termo, especialmente se possui colaboradores mais jovens no seu time. Fazendo a tradução do inglês, o termo ‘bed rotting’ quer dizer ‘apodrecimento na cama’, e está relacionado a ficar um bom tempo enrolando na cama depois de acordar.
O termo ganhou força entre os mais jovens nas redes sociais, a partir de uma trend do TikTok. O público que vem aderindo essa prática, além de ajudar a difundir o seu conceito, é justamente a Geração Z, nascidos de 1996 a 2010, e que são criticados com frequências por grande parte das organizações diante de seus comportamentos e condutas, muitas vezes inadequados para o ambiente corporativo.
Apesar do ‘bed rotting’ estar sendo classificado como uma prática de autocuidado, ainda não existe nenhuma comprovação científica de que realmente funcione e muito menos que faça bem para a saúde das pessoas. Pelo contrário, passar tempo demais na cama sem fazer nada e “apodrecer”, como sugere o termo, só tende a trazer malefícios para as pessoas de forma geral, em suas vidas pessoais e profissionais.
A verdade é que, a partir do momento em que passamos a estar inseridos no mercado de trabalho, estamos sujeitos a ter demandas excessivas e que às vezes podem nos causar estresse e cansaço. Porém, quando nos encontramos nesse impasse, o ideal é procurar apoio da liderança para relatar o problema e alinhar o que pode ser feito para aliviar a sobrecarga, que pode acontecer sem que o líder perceba.
![Os perigos do bed rotting para a vida profissional 1 Os perigos do bed rotting para a vida profissional](https://auroracultural.com/wp-content/uploads/2025/02/Pedro-Signorelli-768x1024-1.jpg)
No entanto, vale salientar que para que isso aconteça, o gestor também precisa estar muito bem preparado para lidar com a situação, tanto para amparar o colaborador quanto para não julgá-lo, a fim de não prejudicar ainda mais seu bem-estar e eventualmente sua saúde mental. É fundamental que o líder tenha bastante jogo de cintura para entender o que está acontecendo para depois tomar as respectivas decisões.
Além de um descanso ou uma diminuição de atividades, a depender do caso, a liderança também pode pensar em maneiras de ajudar o time a se organizar melhor. Muitas vezes, as pessoas não necessariamente possuem tantas tarefas, mas não sabem como dividir o tempo e acabam levando tudo com a barriga, ou demorando para fazer, ou começando uma atividade e parando para começar outra, e assim por diante em um ciclo vicioso.
Considero essencial que o gestor consiga que os colaboradores percebam que o tempo de qualidade para descansar e até mesmo não fazer nada é muito importante, mas que deve ser limitado e compartilhado com as outras responsabilidades – seja na vida pessoal e especialmente no ambiente de trabalho, onde outros indivíduos dependem de você. O equilíbrio é um caminho para que funcione.
Neste aspecto, é preciso saber dar importância para a disciplina de acompanhamento das metas e dos objetivos do time, mas também aproveitar, enquanto líder, o momento olho no olho para tentar perceber aquilo que não está sendo dito em palavras, mas que o corpo está falando.
Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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